Dito isso, podemos começar. O que me trás aqui hoje em pleno 7 de Setembro, feriado, sol brilhando lá fora é exatamente um assunto que vem me atormentando nos últimos tempos e ainda pra completar a amiga Dilma fez um comunicado extraordinário (você viu?) ontem e acabou por me deixar mais inquieta.
O que ela disse foi legal (se verdade for). Disse que as taxas que pagamos pra consumir energia elétrica estarão mais baratas, tanto para as residências quanto para as indústrias.
E para as micro empresas ela não disse nada e nem vai.
Mas enfim, independente do que disse a amiga, tenho entrado em parafuso tentando encontrar uma equação que seja perfeita para a empresa, mercado, clientes. Estou falando de PREÇOS, dindim, money!
A Amour é uma empresa que trabalha vendendo produtos e pra se chegar a valores de fato é uma longa viagem e considerando que estamos no Brasil, essa viagem se torna ainda maior ( a não ser que você faça parte daquela turma, sabe qual?).
Pois bem, traçamos um pararelo entre a nossa realidade e as maravilhas de consumo que os países estrangeiros nos oferecem. Eu não faço a menor idéia aonde esse pessoal compra tecido, quanto paga de imposto, quanto paga para os funcionários. Se está produzindo na China, no Cazaquistão ou num barracão fedorento nos arredores do Brás em São Paulo. Sinceramente não faço idéia, o que sei é que tem um monte de gente ávida a consumir estes produtos (inclusive eu muitas vezes).
Trazendo a história para a vida real. O processo é o seguinte: Como você é uma empresa pequena não vai conseguir comprar quantidades estratosféricas de tecido, por isso o seu preço vai ser maior e suas facilidades de pagamento menor (sifudeu redondo). Depois você leva seu tecido para as Costureiras, uma mão de obra tão rara quanto água no deserto, que não vai te dar nenhuma prioridade porque sua quantidade a ser produzida não é a maior e porque você não vai pagar a vista, mas ela vai te cobrar o mesmo preço que cobra daquela cliente que vende trezentas vezes mais que você e cobra trezentos por cento a mais que você (sifudeu redondo de novo). Um século depois, quando suas peças finalmente estarão prontas, você pára para montar aquela equação que não fecha nunca. E não fecha por tudo isso descrito acima.
Algum tempo depois, quando tudo estiver disposto e lindo alguém vai te perguntar o preço, você vai responder e a pessoa vai te devolver um belo: ISSO TUDO??? Ou um, MAS ISSO AQUI TÁ MUITO CARO? Comprei uma camisa linda na Forever 21 por 11 dólares!!
Nesta hora seu sangue vai talhar, seu rosto ficará vermelho fogo, o coração vai disparar e antes que você tenha um colapso nervoso ainda encontrará forças pra responder (porque afinal você ama o que faz): MAS COM CERTEZA ESSE É O MELHOR CUSTO BENEFÍCIO QUE VOCÊ ENCONTRARÁ.
Mas não se enganem, essa não é a resposta que ficou entalada. A vontade era dizer: Meu preço é esse porque eu compro tecido de qualidade, minhas costureiras ( e o que eu pago pra elas) são os mesmos das grandes e famosas grifes que você conhece, eu não estou explorando bolivianos em porões imundos, meus aviamentos são vintage e caréeeeeezimos, meus impostos estão em dia, minhas funcionárias felizes e se você quiser o preço é esse, se não....
Agora em se tratando de empresas grandes, consolidadas que optam por assaltarem suas clientes daí eu abomino todas elas. A menos que a pesssoa queira se vestir com um tecido raro que veio dos confins do Nepal, com fios de ouro, costurado por uma artesã da Malásia, perfumado com rosas holandesas e transportado na primeira classe da Emirates Airlines, aí ninguém tem nada a ver com o gosto excêntrico nem com o dinheiro de ninguém!
Certo que o cliente não tem nada a ver com o que se passa nas internas, e por isso, justamente por isso que nossa empresa se preocupa em oferecer mais do que roupas. A gente valoriza o estilo de vida, o comportamento e se você reparar na Amour, ela não quer vender somente roupas a todo custo. A cliente Amour tem personalidade, opiniões, sabe o que quer, do que gosta e pra onde vai. Consome moda, cultura, literatura, música, como na mais perfeita das equações.
Desculpem esse longo desabafo... Leve, vou aproveitar meu feriado. E que o seus sejam mais que bons!
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ResponderExcluirE quando você ouve "ah, mas o outro cobra o mesmo, se for pra pagar isso eu vou no outro"? E você sabe que não deve nada ao "outro" pelo contrário! Enfim respira fundo, mantenha o nível (do produto e da resposta) e segue reto, porque esse mesmo cliente ainda vai voltar pianinho... Beijos
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