quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Inventadora de moda. Ok, eu me rendo.


Hora de dar o braço a torcer. Me lembro lá trás quando começamos a produzir roupas de fato e toda aquela discussão em torno do tema. Qual o estilo vamos seguir?

 Era óbvio e inevitável que eu levasse muito do MEU estilo para dentro do que estávamos fazendo, mas eu era rebelde e não queria. E não queria porque eu estava lutando contra um fato que era também inevitável. Por mais que eu queira e tente ir contra a minha natureza, não tem jeito: Acredito que sempre vou ter cara de menina, um estilo mais pro romântico do que pro fatal. Eu gosto do vintage, do retrô, do comprimento midi e todos eles rementem ao romantismo. ERA TUDO O QUE EU NÃO QUERIA FAZER. Queria algo mais adulto, uma pegada mais alfaiataria chic, tecidos mais estruturados. Enfim, queria tudo o que eu não sou e não uso. A conclusão disso foram coleções meio perdidas, pouco coerentes e um pouco vagas.

 (Nota mental: Acho que queria tudo isso porque era assim que eu queria que as pessoas me vissem e vissem a empresa)

Todo mundo que passa por aqui sabe que eu sou adoradora da vida real, amo tudo o que é genuíno e pé no chão e morro de aflição se percebo que alguém tá querendo ser uma coisa que não é. E justamente por ter tanta consciência da realidade eu não estava sendo condizente comigo mesma nem tampouco com a Amour.

Definitivamente não adianta a gente querer ser quem não somos, vestir uma roupa que não combina, frequentar lugares só pra fazer parte da turma. É cansativa essa busca por uma identidade fake.

Foi pensando em tudo isso e analisando nossa trajetória profissional que chegamos a uma linda conclusão: O estilo da Amour é romântico! Sem drama!!!


Peguei emprestada a imagem da Alexa Chung (apresentadora Britânica) porque ela representa muito bem tudo isso que acabei de dizer. Não existe fofura maior nos looks que ela veste e nem por isso eles são bobos ou sem graça. Os vestidos por si só já seriam lindos mas com certeza a graça maior ficou por conta da personalidade dela, que adicionou pitadas generosas de interessância (palavra do mundo da moda) em cada um. O cabelo meio desarrumado, os acessórios pesados contrastando, as cores, ou de uma cor só ou de extremo oposto e sem dúvia a pegada meio moleque despojada. Muito cool!


Por isso a minha rendição, eu acreditava que se transferisse o meu gosto pra dentro da empresa ninguém ia gostar ou não dariam a devida credibilidade. Mas eu estava ficando exausta por fazer uma coisa que não era verdadeira e depois de muita conversa (não pensem que foi fácil) chegamos a definição: Novo Romântico, que não quer dizer nada além de Romântico com pegada. E essa pegada fica por conta do freguês, da ousadia de cada um, da fofura ou não de cada cliente, do nível de rock and roll que cada um tem no sangue ou não.

E digo que esse foi um belo exercício de redescoberta, tanto pra vida real quanto pra vida profissional e a grande lição que fica disso tudo é I AM WHAT I AM. Vale a pena de tempos em tempos, dar uma analisada pra ver se não estamos perdendo o foco.

 Alguém aí já se sentiu meio sem lugar, fazendo coisas sem sentido??


(todas as imagens deste post são reprodução)



UPTADE:

Esse foi o modelito que usei outro dia inspirada pela Alexa. Pedi o Rê que tirasse a foto e perguntei se haviam ficados boas. Ele disse que eu tava com cara de menina. É, não tem jeito mesmo....


Um comentário:

  1. Adoro esse estilo! O estilo da Amour! É a minha cara! Bjo e sucesso e muita inspiração para nova coleção que vocês estão criando!

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